12 de jan. de 2016

Desconectados


Ao contrário do que se imagina, com a internet e todos os outros recursos da modernidade, não passamos a viver mais conectados uns aos outros.
Estamos cada dia mais isolados.
Usamos a tecnologia como maquiagem do isolamento.
Uma curtida, para um amigo solitário e já achamos que estamos kits com Deus.
Uma caretinha sorrindo, postada na publicação triste de uma pessoa é já nos regozijamos de termos feito uma boa ação.
Uma compartilhada na mensagem de socorro e já nos sentimos de alma lavada.
Usamos a tecnologia para montarmos virtualmente a nossa cara com as cores dos problemas de países distantes. Assim justificamos não arregaçarmos as mangas e trabalharmos para a solução. Pois, "fica lá longe né!"
Ao passo que fingimos de cegos com os problemas dos vizinhos e nem amamos a terra onde pisamos. "Deixa passá, senão vão me chamá, pra ajudá!"
"Verde Amarelo é cor de copa do mundo!"
Para não dizer que passamos o tempo todo olhando para o próprio umbigo, disfarçamos segurando uma tela, entre as mãos e, quando nos movimentamos, estamos correndo atrás do próprio rabo.
Incapazes de sentirmos o choro do vizinho, de ouvirmos o grito de pedido de socorro do irmão, seguimos, virtualmente, felizes e "unpluged".