16 de mai. de 2016

Anotar o pedido!




Este pequeno gesto, que demonstra grande atenção e cuidado com o que o outro deseja, está esquecido em nossa sociedade.

Vi o representante da Elma Chips fingindo anotar dr cabeça o pedido do cliente dono de bar.
O cliente analisava o item que desejava. Pedia a quantidade que precisava é o representante fingindo anotar.
Foi para o carro e voltou com o que queria vender.


Vi também a atendente da padaria, que terá que preencher a comanda em papel, para o cliente pagar, no caixa, porque não faz isso antes, quando o cliente faz o pedido.
Não! Ela anota na cabeça, mesmo sendo super "atenciosa", sai para limpar uma mesa e quando volta, já esqueceu parte do pedido.

Conheci um funcionário que pediu ajuda com um trabalho de faculdade.
Prontamente, me dispus a ajudá-lo, reservamos uma hora do final do expediente para eu passar as orientações solicitadas.
Para espanto, no primeiro dia ele não pegou um papel e caneta para anotar as orientações.
Insisti para que tomasse notas do que eu ia falar e ele relutantemente, pegou uma caneta e meia folha de rascunho.
No segundo dia, sentou ao meu lado, para as orientações, sem papel, sem caneta, novamente.
Sequer, pegou o rascunho que perdeu em algum lugar.
No terceiro dia, encerrei a brincadeira. Depois de constatar que, novamente, não tinha papel e caneta para as anotações.


Quanto tempo, é perdido, com essa tola atitude de não anotar o pedido no ato e depois perguntar mais de uma vez para confirmar?
Quanto prejuízo é causado quando a comida errada é servida, o produto errado é entregue ou o serviço errado é prestado?
Quanto sofrimento, irritação e briga são evitados com o pronto e eficiente atendimento é prestado?

Se você quer se destacar, anote.
Destacar não é só no sentido profissional.
Quer ser notado, lembrado, como alguém de valor, faça as anotações necessárias, quando alguém fala com você.
Preste mais atenção no que o cliente pede, o outro pede, os familiares pedem.
Não existe vergonha em precisar anotar, pelo contrário. Andar com um bloco de papel e uma lápis ou caneta é positivo. Pode até tomar nota em arquivo digital, aliás, excelente recurso.

Certo está o "Manuel", que sempre tem um bloquinho de papel no bolso e um lápis preso na orelha.

11 de mai. de 2016

Irreconhecíveis


Diário de bordo No. 72911027256

Este planeta é muito maluco!
Cada dia algo novo me surpreende.
Acreditam que os terráqueos não conseguem reconhecer um rosto, de uma pessoa, se a pessoa colocar um simples óculos (artefato que circulam os olhos quando não conseguem enxergar direito ou precisam proteger os olhos) ou mudam a posição de distribuição dos pelos capilares.

Outro dia mesmo, estava eu em um Tribunal e apresentei meu documento de identidade terráquea.
A atendente, olho para a foto do documento, olho para meu rosto, voltou para a foto e perguntou:
- O Dr. é o senhor mesmo?
Respondi que sim e ela comentou que eu estava muito diferente.
Na foto as diferenças eram um rosto levemente mais gordo e, cavanhaque e bigode.

Curiosa a forma de identificação dos terráqueos!
Parece coisa de história de entretenimento, mas é real.

Aqui bandidos e heróis se escondem atrás de um simples óculos, de uma pequena barba ou um minusculo bigode.

10 de mai. de 2016

O Leproso Social


Assim ele se sentia.
Um leproso.
Caminhava sozinho pelas ruas.
Sentava na mesa de uma cafeteria, sem companhia.
As pessoas que passavam por ele, olhavam-no de forma estranha, talvez por não entenderem como alguém podia estar sozinho, por tanto tempo.
Não importava o que fizesse.
Por mais que corresse atrás das pessoas, até literalmente, quando começou a praticar esportes, continuava sendo evitado.
Na fila do supermercado, um solitário comprando petiscos para um fim de semana.
As poucas pessoas que se aproximavam dele, invariavelmente, com um pouco mais de convívio, o deixavam.
Tentou descobrir a causa.
Durante a adolescência, achou que tinha bafo, depois, pensou ter cheiro ruim.
Devia ter algo de errado com ele, para afastar tanto assim, as pessoas.
Dupla personalidade, talvez?
Quem sabe?
Vai que ele se via um cara normal, mas na verdade era uma pessoa detestável.
Era quieto, fico expansivo, depois, voltou a se fechar.
Assim, tornou-se um recluso.
Busco se conformar com seu destino.
Sua pergunta de toda noite, para seu único amigo, no momento de sua oração, era: Por quê?

8 de mai. de 2016

Correndo na contramão




Parte do participantes das corridas de rua estão correndo sem preparo ou, pior, preparados de forma errada.
Estão sendo incitados a competirem, além das forças, além de suas capacidades.
Não percebem que quem ou o que as estimulam a isso está interessado no milionário mercado das lesões.
Sim!
São empresas, com campanhas do tipo: "Arrebente seus músculos que depois passando meu remédio X, vai se sentir bem".
"Coma meu alimento Y que estará pronto para se arrebentar até esgotarem suas forças"
São "profissionais" agitando suas bandeirolas do "corra o máximo que não puder, depois venham na minha clínica que faço uma massagem ou um tratamento e tudo bem".
Estes participantes, estão defendendo esse estilo de vida de correr "abestado" e torcer para não sofrer NOVA lesão, da mesma forma que um fumante defende o cigarro.

  • Mata lentamente
  • Faz mal mas, da prazer
  • Se eu vou morrer, posso escolher como.
Esquecem que o ídolo Fidípides não saiu correndo entre Maratona e Atenas, pensando "vou pra me arrebentar!".
Ele foi porque tinha uma missão a cumprir e, infelizmente, depois de cumprida a missão, morreu.

Embora a mídia se interesse por mostrar os atletas lesionados em momentos de superação, precisamos compreender que aquilo não é a rotina do atleta.
O verdadeiro atleta (seja amador ou profissional) executa toda uma preparação física, com treinos, exercícios, alimentação e hidratação. Estuda o percurso, analisa a prova e, dependendo do nível da competição, até faz a ambientação ao clima e ao fuso horário do local da prova.

Fico com a seguinte questão na cabeça:
Somos atletas ou somos marionetes usadas por alguns grupos para ganharem dinheiro com o nosso desgaste, nas corridas?

Não há dúvidas que correr faz bem para a saúde. Que competir cria motivações e inspirações transformadoras para as pessoas.
Questiono, aqui, a forma ou a deforma de correr que algumas pessoas adotaram.
Questiono, o "mercantilismo" das competições, mascarado de "popularização" do esporte.

Verifiquem, quantos dos 26000 inscritos (sem contar as pipocas), chegaram cansados porém, sem lesões e quantos chegaram lesionados.

6 de mai. de 2016

Far West


Não sou um cowboy, nem estou à cavalo.
Não uso um chapéu, com a aba cobrindo os olhos porém, a visão que tenho é a mesma.
Sigo na estrada que me leva onde o sol está se pondo.
Belo sol de Araraquara.
Sem dúvida o mais gostoso de partir é o momento de voltar.
Chego a terra que me viu crescer.
Terra que me deu duas filhas, uma família abençoada e um diploma.
Chego no momento em que tudo é dourado.
Logo a noite chega e com ela, os abraços da família.