3 de jan. de 2011

Primeira aventura gastronômica em 2011


Araraquara, 02/01/2011.

Quer se aventurar logo no começo do ano, de uma forma bem radical?
Nada de escalar montanha, pular de paraquedas ou participar de um raly. Isso é coisa comum.

Tente jantar em algum restaurante em sua cidade no dia 02 de janeiro.

A maioria das casas comerciais não estarão abertas e as que sobrarem abertas.... com honrosas exceções, não deveriam estar abertas.

Acompanhe a minha maratona!

Saímos as 20:30h da casa dos meus pais, em Araraquara, SP.
Estava eu, minha esposa, um irmão e a noiva dele no carro da minha esposa.

Chegamos a uma franquia de um restaurante "japonês" e como já era de se esperar, não serviam no dia de hoje, o rodizio de R$ 40,00 por pessoa.
Nossas opções seriam pratos individuais. O que já é o primeiro obstáculo desta aventura.
O ideal é que a casa ofereça opções mistas, de modo que as pessoas, possam degustar vários pratos e descobrir o que mais gostam.
Entretanto, lá tudo é individual!
A casa é possui ornamentos simples em estilo oriental, limitando-se a ter globos que pareçam com luminarias orientais, um pouco de vermelho e branco nas paredes um jardim com um pagode miniatura, de bambu  e paredes revestidas com bambu envelhecido.

Vencido o primeiro obstáculo, as mulheres pediram um temaki "Salmão Skin", meu irmão pediu uma porção de hot rolls e eu pedi uma porção de Cogumelos Shimeji grelhados na manteiga.
Para abrir, pedimos eu e minha esposa missoshiros.
Os preços, estratosféricos, impedem que uma pessoa com renda normal, possa pedir mais de uma porção.
Talvez, por ter como referência os pratos e o atendimento do Yoshis de Sorocaba, eu estivesse esperando demais da casa.
Mas, não posso deixar de comentar que o missoshiro, tinha 100% de gosto de bacon e 0% de gosto de hondashi.
Estranhei, mas como mesmo com sabor bacon, estava com tempero equilibrado, tomei todo o missoshiro, só sentindo falta dos vongôles no fundo da tigela.

Parti então para a porção de shimeji, que pedi estrategicamente para dividir com todos.
Pegou um pedacinho, meu irmão e não quiz mais, pegou minha cunhada e nem pensou em voltar a pegar mais, pegou minha esposa e fez careta dizendo que está com sabor ruim, de muita manteiga.

Juro que eu estava tentando não ser um chato exigente e por isso mesmo eu estava calado, mas, o shimeji estava realmente estranho. Talvez por vir servido em uma tigela funda, mergulhado em shoyu e não em uma travessa e com aquele gostinho leve de boa manteiga.
Confira na foto da própria fraquia, como deveria ser o shimeji


Nos contentamos com um chopp cada, agua e suco para as mulheres e pedimos a conta.


Conclusão:

Poderia ficar tecendo comentários extensos, mas, vou me limitar a breves observações...
O cardápio não está adequado ao paladar de alguém que está habituado com a culinária oriental, portanto, não vão conquistar estes clientes.
Por outro lado, a forma de porções e preço que aplicam impede que seja formado novos consumidores. O que seria ótimo, pois, seriam formados com referência dos temperos e sabores desta rede de "culinária japonesa".


Seguimos então em busca de outra casa, agora de frutos do mar, mas, esta estava fechada.
Mudamos o alvo para um bom lanche... e procuramos por alguns minutos, a lanchonete.
Tentativa em vão, pois, não á encontramos. Por sorte outro irmão meu, avisou que a lanchonete não estava aberta e nos informou onde ele estava.

Seguimos prontamente para o local!
Em uma rua escura (embora, fosse rua principal do bairro) que eu nem podia imaginar que em um domingo, pós, reveillon, pudesse ter uma lanchonete.

Entramos e a casa estava "lotada" em todas as suas 8 mesas.
Nossos familiares já haviam pedido seus lanches e estava aguardando eles serem preparados.

Então escolhi no cardápio e decidi pelo clássico "X Salada".
Fizemos, os quatro, nossos pedidos e para acompanhar o lanche da minha esposa, ela pediu uma Coca Cola Zero de lata, já que a Malzibier tinha acabado naquele instante.
Eu ia compartilhar da Coca Cola de 2 litros que já estava na mesa, junto com os demais familiares.
Minutos depois chega a garçonete informando minha esposa que não tinha mais Coca Cola Zero de lata e só de 2 litros ou de 600ml.
Para evitar que minha esposa ficasse "p" da vida com ela eu disse que podia trazer a Coca de 600ml porque eu ia dividir com ela.

Os minutos foram passando, passando,
os lanches chegaram, dos meus familiares que já estava, antes, lá na lanchonete,
e os minutos continuaram passando, passando, passando,
e eles terminaram de comer seus lanches,
e os minutos teimavam em continuar passando, passando,
enquanto conversavamos, brincavamos e nos divertiamos.
Podiamos seguir assim por toda a noite, se, não fosse o fato de a fome implorar para ser saciada.
Mais minutos passaram (45 no total) até que a garçonete, veio, timidamente, informar minha esposa que o pão de hamburguer já havia acabado e perguntando se poderiam fazer o lanche no pão francês (pão que aliás, que de francês não tem nada).

Eu já ia concordar, quando ela informou que além disso...
"Como não tinha nada aberto durante o dia, não puderam comprar alface e por isso o lanche ia ser feito sem alface".
Aumentei a vóz e disse de chofre: - Então cancele o meu lanche. Primeiro não tinha pão, agora não tem alface... assim não dá! Não é X salada. Então esquece, mas traga o refrigerante de 600ml que pedimos que até agora não veio!

A garçonete, que pelo visto nunca tinha ouvido alguém cancelar um pedido, saiu em zig-zag.
Voltou com o refrigerante, eu agradeci e ela voltou para o seu lugar.
Mais minutos passaram, cada vez mais lentos, até que chegam os lanches das mulheres (cachorros quentes).
Voltamos a nos distrair, enquanto em nova e ansiosa espera, seguia meu irmão, pelo seu lanche que, deveria vir em pão francês e sem alface, como informado pela garçonete.

Para nosso espanto o lanche dele, chegou em pão de hamburguer e com varias folhas tenras de alface!

Então, fica aqui meu questionamento?

1) Se a casa não pode comprar alface, hoje, porque a garçonete não informou de pronto, no momento dos nossos pedidos?
2) Porque levou 45 minutos para descobrirem que não tinham pão nem alface para atender o pedido?
3) Como um fresco pão de hamburguer e tenras folhas de alface se materializam depois que um pedido é cancelado?
4) E finalmente a pergunta fundamental... Porque algumas coisas só funcionam depois que as pessoas levam "pauladas"?